O concelho de Gouveia, como concelho do interior, padece de males como os vizinhos da região, não fosse esta região a mais pobre do país. Não obstante, no passado domingo o presidente de todos os gouveenses, eleito com 4619 votos dos 9152 votantes, disse em campanha eleitoral que vivíamos uma situação difícil, de crise, de «conjuntura nacional» . Efectivamente o é, embora o litoral tenha condições e instrumentos de maior dimensão para reduzir os efeitos desta conjuntura.
Existe no entanto, uma competitividade regional que não pode ser esquecida. A região sai a ganhar com um trabalho conjunto em termos globais, mas na " especialidade" deverá existir uma competitividade saudável por forma a sair do marasmo em que estes municípios do interior estão "mergulhados".
Os quadros aqui transportados revelam as deficiência e os resultados que Gouveia apresenta em relação aos seus parceiros, no desemprego e no índice de envelhecimento. O primeiro respeita à capacidade empresarial local, ausente, a segunda diz respeito à regeneração populacional, inexistente também, o concelho perde à duas décadas consecutivas população. Em qualquer destes dois parâmetros Gouveia apresenta os piores resultados. A situação de conjuntura nacional não poderá servir de desculpa a tudo e para tudo.
Há um longo caminho e percurso, outro tanto que já passou e tanto que se perdeu, do qual os doze últimos anos não estão isentos de culpabilização. Luís Tadeu sempre afirmou que era o candidato da continuidade, ele próprio o afirmou e acrescentou mais, «Eu espero continuar o ciclo de progresso que abriu para Gouveia com os seus mandatos», referindo-se ao seu, agora antecessor. Mas acrescentou mais « Eu não quero fazer diferente, quero fazer melhor», no entanto aqui joga-se a contradição, é que para fazer melhor, terá de fazer diferente, atestando aos gráficos aqui apresentados. Para combater estes números a actividade e decisão terá de ser diferente ao até aqui verificado.
Haja a coragem para criar rupturas com algumas linhas orientadoras do passado recente. O pressuposto do candidato eleito é «dinamizar a actividade económica do concelho com base no associativismo empresarial, auto-emprego e na captação de investimento». Para além destas boas intenções , é preciso capitalizar o que já existe, tornar o tecido empresarial competitivo e promovê-lo de forma equitativa. Por outro lado a questão de repovoar o concelho é fundamental, mas é preciso não esquecer que é preciso criar condições primárias atractivas a jovens de todo o país para se estabelecerem.
Para uma governação sustentável , é preciso responsabilidade na utilização de cada cêntimo dos Gouveenses, é preciso criar consciência que depois do investimento é necessário apresentar resultados, não basta referir «Enquanto entidade pública defendo que o município dever ser alavanca para o desenvolvimento social e económico». Os dados estão lançados, os gráficos são números, mas são reflexo de uma realidade. Nós por aqui vamos estar atentos.
Sem comentários:
Enviar um comentário