quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Portugal City Brand Ranking 2014 - Gouveia em 137.º lugar.


A consultora espanhola Bloom Consulting efectuou recentemente e publicou esta semana o estudo sobre a "marca" das cidades. Sendo a "marca" das cidades um activo económico e político, é importante geri-lo bem à obtenção de resultados satisfatórios. Baseado na performance de cada cidade, Investimento (Negócios), Turismo (Visitar) e Talento (Viver), a Bloom Consulting considera este estudo, «...um ranking tão completo e detalhado foi desenvolvido para todos os Municípios portugueses.» A Bloom Consulting explica ainda as razões deste ranking « Uma vez que a informação expressa no ranking se mostra capaz de avaliar e ordenar cada Município pelo seu desempenho em cada uma das categorias de Negócios (Investimento), Visitar (Turismo) e Viver (Talento) surge a possibilidade de, pela primeira vez, comparar a performance entre municípios e regiões, bem como obter uma visão mais fidedigna do panorama nacional.» A consultora refere ainda a importância da "marca" «Cada vez mais, a marca de um país, região ou cidade é um ativo com valor tangível e intangível que requer uma gestão estratégica de forma a atingir múltiplos objetivos.» Apesar da velha máxima de, juntos somos mais fortes, não deixa de existir uma certa concorrência entre municípios locais, fundamental ao desenvolvimento económico e social local.
Assim sendo e olhando aos dados vindos a público pela consultora, Lisboa lidera o ranking nacional, num total de 308 municípios, a capital é a melhor cidade para investir, visitar e viver.
Olhando à cidade de Gouveia, ela encontra-se a nível nacional na 137ª posição. O estudo está ainda classificado ao nível regional por zona Norte, Centro, Algarve e Ilhas. Gouveia na zona centro encontra-se na 37.ª posição num total de 100 municípios. Olhando à região da Serra da Estrela, o município de Gouveia surge atrás das cidades da Covilhã (8º), Guarda (11º) , Seia (20º) e Fundão (33º). É notório que a Covilhã lidera esta região nas performances negócios e turismo, perdendo apenas para a Guarda capital de distrito na categoria viver. A comparação inevitável entre as duas  cidades de Seia e Gouveia, os senenses vão bem mais destacados, senão vejamos as posições ao nível regional  nas variantes (negócios) , (turismo), (viver) : Seia (38º), (21º), (22º), Gouveia (69º), (29º),(56º), apesar na variante do turismo estas estarem mais próximas, no investimento e viver,Seia leva uma clara dianteira. A vizinha Mangualde ganha também em toda a linha das variantes tendo uma posição de 19ª  na zona centro e 73ª a nível nacional. No campo dos negócios e investimento realço para cidades que estão melhores que Gouveia, que são os casos de Arganil, Sabugal e Figueira de Castelo Rodrigo, acrescentado as já referidas anteriormente (Covilhã, Guarda, Seia e Fundão) na zona centro. No entanto Gouveia tem melhor comportamento que as cidades de Manteigas, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Almeida, Trancoso, Mêda, Sabugal, Belmonte, Oliveira do Hospital, Arganil e Figueira de Castelo Rodrigo, no seu compto geral. 


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

100 anos de Noticias de Gouveia... e José de Almeida Motta.


Hoje 12 de Fevereiro, não poderíamos deixar de escrever sobre  um património local, o Notícias de Gouveia. Um carinho especial que todos nós temos embrenhados neste que é o meio de informação de Gouveia. Cem anos é um marco histórico, ao alcance de poucos meios de comunicação. Este jornal é uma referência no distrito da Guarda. É graças ao trabalho incessante da equipa deste jornal que este marco histórico é atingível. Num concelho no interior, com todas as dificuldades económicas inerentes é possível editar um jornal para todo o mundo.
Mas falar de Notícias de Gouveia, para além dos intervenientes de hoje, será preciso falar de um interveniente que em muito orgulhará os Gouveenses. Para muitos também ele um ilustre ao nível de Cardeal Mendes Belo, Abel Manta, Vergílio Ferreira, entre outros.  Fará a 4 de Abril do presente ano 120 anos do seu nascimento, José de Almeida Motta. 
Ligado à fundação do Notícias de Gouveia, dirigiu e foi editor a partir de 1917. Para ele o Notícias de Gouveia era tudo mas ainda tinha a capacidade de se desdobrar nas mais variadas actividades locais do concelho, sobretudo nas associações de Gouveia. Foi actor e encenador do Teatro "Grupo Arte de Palma", fez parte da Tuna Gouveense, pertenceu aos Bombeiros Voluntários de Gouveia, foi filarmónico da Sociedade Euterpe, Provedor da Misericórdia e está ligado à fundação da Casa do Concelho de Gouveia. Um homem dinâmico, frontal e irreverente, explanou toda a sua capacidade na escrita de um jornal que hoje celebra o seu centenário. Está ligado ao projecto da Escola Industrial de Gouveia. A sua escrita no jornal era também de aproveitamento aos sonhos e às desilusões da sua Gouveia. Hoje, também ele está de parabéns... Parabéns Notícias de Gouveia!!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Turistrela, a verdadeira "dona" da Serra da Estrela.


Numa região onde o turismo é impreterivelmente fonte de rendimento, a empresa Turistrela é "rainha". O tema não é  de agora, a discussão também não, a verdade é que este monopólio parece ser entrave ao desenvolvimento da região, isto porque, segundo os entendidos, a liberdade da concorrência está em causa e quem perde é o cliente. A empresa refuta essa situação, referindo que está disponível para parcerias e apoiar investidores. A Turistrela é concessionária exclusiva do turismo e dos desportos no território da Serra da Estrela numa cota a partir dos 800m de altitude, num território que andará à volta dos 100 000ha.
Recuando no tempo e na história, é preciso ir ao principio dos anos 70, quando ainda no Estado Novo, era presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano, surge o projecto da construção do teleférico a ligar Piornos à Torre. É nesse âmbito que nasce a Turistrela, em 1971 segundo o decreto-lei 325/71 de 28 de Julho desse ano, sendo a participação maioritária do Estado. O projecto do teleférico avança e já após a revolução dos cravos, em 1975, a obra encontrava-se na sua fase final, chega-se à conclusão que o teleférico não reunia as condições de segurança necessárias face aos ventos dominantes na zona.
Em 1986, o regime de exclusividade é novamente renovado mas agora por participação privada face à compra da empresa por parte do actual administrador Artur Costa Pais. A empresa deixa de ser do Estado mas mantêm a concessão de exclusividade no território, segundo decreto-lei 408/86 de 11 de Dezembro assinado pelo então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva.
Empresários e investidores têm olhado para esta exclusividade como entrave ao desenvolvimento do turismo na Serra da Estrela. A Turistrela estima que de Dezembro a Abril existe uma média aproximada de 1,5 milhões de turistas, quanto vale o turismo de inverno directo  no maciço central da Serra da Estrela ? 75 milhões de euros? 100 milhões de euros? 150 milhões de euros?... poderá ela valer mais com concessões variadas tal como acontece no turismo de montanha da Europa?

http://dre.pt/pdf1sdip/1986/12/28400/37073711.pdf



domingo, 9 de fevereiro de 2014

Girabolhos: Uma barragem, um projecto, um futuro e...Gouveia (Parte3)


CONTINUAÇÃO
Neste que é o terceiro artigo sobre a barragem de Girabolhos, trazemos até aqui a associação Aldeias do Mondego constituida pelo conjunto das localidades que se encontram junto ao rio Mondego e que pertencem aos vários concelhos. As aldeias de Girabolhos, Urtigueira, Abrunhosa do Mato, Contenças de Baixo, Póvoa Rainha, Contenças de Cima e Vila Ruiva, foram as fundadoras desta associação a que já se juntaram outras aldeias e organizações posteriormente. Esta associação visa «ajudar a promover as Aldeias do Mondego nas vertentes económica e social», alicerçada em « unir o que o rio separou para potenciar o turismo e a economia local». A barragem foi o mote para o surgimento desta associação partindo do pressuposto que « nehuma aldeia da região , por si só, tem massa crítica para o desenvolvimento de qualquer projecto». A associação esteve inclusivamente inserida em debates realizados e promovidos pelos municipios que estão inseridos nesta barragem de Girabolhos. Sairam algumas propostas no âmbito turístico para tirar partido dos recursos existentes e do Rio Mondego como fontes de desenvolvimento local. A desertificação do interior passa também por uma das várias preocupações da associação, que estima que aquela zona perca 30% da população nos próximos anos. 

http://aldeias-do-mondego.pt/