Os jovens são o dia de amanhã, eles também precisam de dar uso à sua "voz", nada melhor do que ter aqui em Conversa de Café com: José Carlos, Presidente da Associação de Estudantes do Agrupamento de Escolas de Gouveia.
J.H: O que é ser Presidente da Associação de Estudantes?
José Carlos: É ser um veículo de aproximação entre o aluno e a instituição escolar. É puder criar condições para os alunos serem melhores na maneira de ser enquanto indivíduos. É trabalho, que se torna valorizável.
J.H: Qual o "peso" de uma Associação de Estudantes no "seio" da escola?
J.C.: Significa uma maneira mais fácil de introduzir no espaço escolar um conjunto de situações, actividades de modo aos intervenientes viverem melhor, nomeadamente o aluno. É um "peso" importante, são 40 elementos que compõe a direcção desta associação. Sentimo-nos com uma função importante até porque toda a restante família escolar nos olha de forma bastante positiva.
J.H: Que projectos e objectivos têm no vosso mandato neste ano lectivo?
J.C.: O nosso mandato é bienal, apesar de alguns elementos puderem no próximo ano não estarem presentes, o programa será de continuidade. Assim, caso eu saia, o actual Vice assumirá as funções de presidente o que permite atingir os objectivos propostos. Aquilo que é a nossa intenção é melhorar a condição do aluno no meio escolar, através de diversas actividades, como workshops, ou outras de actividade física.
J.H: A relação entre a associação de estudantes e a Direcção de Agrupamento de Escolas tem sido positiva?
J.C.: Sim, tem sido extremamente positiva. Tenho a agradecer, sentimo- nos como alunos e sabemos que a direcção quer o bem da comunidade escolar.
J.H.: Atendendo às dificuldades das famílias e por inerência dos alunos, a associação assume um papel ainda mais relevante, face à crise?
J.C: Sem dúvida, Há um programa de identificação de alunos em risco, que a sua identidade não é declarada. Um programa que já vinha sendo utilizado, e que nós em funções somos veículo à continuidade da concretização do plano. Aos mais carenciados são feitos um conjunto de iniciativas para minimizar as carências, tais como oferecer refeições, que a direcção do agrupamento concretiza.
J.H.: Sente essas dificuldade no dia-a-dia dos alunos, de uma forma geral?
J.C.: Enquanto aluno nota-se uma grande diferença de à 3 anos para cá. Enquanto presidente da associação vejo um enorme esforço da direcção em atenuar as dificuldades dos alunos.
J.H.: Que pensa um aluno do ensino secundário sobre a política? Há interesse ou um desinteresse generalizado?
J.C.: Depende, uns sim outros não, depende da influência em casa, do carácter de cada um. Quanto à minha pessoa, interesso-me, sobretudo nas questões futuras e decisões tomadas.
J.H.: Que pensa o presidente da associação de estudantes sobre Gouveia?
J.C.: Na minha opinião nota-se a diminuição da população, no entanto o concelho não está parado, embora possa-se fazer mais. O concelho de Gouveia tem mais para dar do que tem dado, culturalmente e economicamente falando. Pequenos passos nos farão crescer.
J.H.: Sente que os jovens são colocados de parte no que respeita à opinião e ao futuro do concelho de Gouveia?
J.C.: Não são colocados de parte. Eles próprios têm medo que a voz seja ouvida. Por outro lado graças a certas condições, cada vez mais procuram um crescer para o futuro do concelho.
J.H.:Algum exemplo?
J.C.: O Festival do Secundário, o nosso envolvimento é positivo. A criação de um voucher aos alunos de Gouveia para que tenham um desconto na entrada do recinto revela o trabalho por parte dos jovens e no interesse do evento. O voucher foi criado pelo município de Gouveia e pela empresa local VivaVentura.
J.H.: Ao longo dos anos muitos jovens gouveenses acabaram o secundário e partiram...foram para os grandes centros, tiraram os cursos e nunca mais voltaram. É um pensamento universal no "seio" estudantil gouveense, partir?
J.C.: Sem dúvida alguma, passa pela cabeça de muitos a ida para grandes centros. Eu próprio assumo essa possibilidade. A pouca oferta no país e neste interior sobretudo. Existe um grande contraste interior/litoral, teremos enormes cidades e grandes "desertos".
J.H.: Que falta para que muitos possam voltar a Gouveia após finalizarem as suas formações académicas?
J.C.: O que falta é oferta no nosso concelho, oferta de postos de trabalho, uma vida sustentada, oferta de condições necessárias, económica e social que hoje só podemos ter nos grandes centros.
J.H.: O Festival Secundário está à porta. É um orgulho para um presidente da associação de estudantes de Gouveia receber estudantes de todo o país?
J.C.: Sem dúvida, é das poucas alturas que sentimos o concelho a "explodir", no sentido de ser conhecido a nível nacional. É também positivo porque pode demonstrar aquilo que pode oferecer, tanto a turistas como jovens que algum dia possam vir viver para cá.
É uma honra receber o Festival, se fosse para um concelho vizinho, esse sentimento não existia. Além disso o comercio local beneficia com este tipo de eventos, tal como à dias o "Somos Portugal" ou as Festas Sr. do Calvário, permitem conhecer o concelho e criar atractividade que a longo prazo trará os seus frutos.
...apraz referir que estamos a levar a cabo uma recolha de tampas de garrafa de plástico para aquisição de cadeira de rodas, até ao momento já recolhemos 4kgs, gostaríamos de que mais recolhas fossem possíveis, todas são necessárias. Aos interessados façam-nos chegar as "tampinhas", são estes gestos que nos fazem engrandecer.
O nosso concelho está recheado de História, tem uma enorme cultura, aqui nasceram pintores, escritores, etc. peço que não deixem morrer o nosso património, que não deixem morrer o nosso concelho, apostem nos jovens, somos o dia de amanhã.
Obrigado José Carlos, boa sorte para o futuro e...bons projectos.
http://www.facebook.com/ze.carlos.7545
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