domingo, 23 de setembro de 2012

A Entrevista: Movimento GVA Apagão respondeu ao Jornal O Herminio


Foi indiscutivelmente uma das decisões mais impopulares deste executivo, o "apagão" continua uma decisão incompreensível para muitos habitantes do concelho. O Jornal O Hermínio entrevistou o Movimento que mais lutou e continua a sua "luta". A conversa foi com Maria João Carvalho, um dos rostos do Movimento:

No PASSADO Dia 7 de agosto foram entregues na Câmara Municipal de Gouveia as mais de 600 assinaturas recolhidas pela ‘Petição contra o Apagão no concelho de Gouveia’.
JH -Afinal estes 100 mil Euros que CM Gouveia diz poupar com o APAGÃO, são devidamente rentabilizados e lógicos?
GVA Apagão-  Lógicos não são de certeza, porque esta medida é um regresso ao início do século. Quanto ao valor poupado terá de perguntar ao Sr. Presidente.
Atendendo que acaba por ser um movimento cívico, foi fácil encontrar um conjunto de pessoas com vontade para o desenrolar das acções e do próprio movimento?
GVA Apagão - Foi fácil encontrar pessoas, facílimo! Há pessoas que querem estar envolvidas e estão completamente fartas de “contar carneiros”. Espero que cada vez mais comecem a acordar e a resgatar as suas vidas, no que diz respeito ao país, ao concelho, ao seu bairro ou rua.
JH - Esperavam mais assinaturas?
GVA Apagão - Foram muitos os que não assinaram, não que concordassem com esta medida de poupança que a Câmara ‘inventou’, mas, diziam as pessoas, por ‘medo’. 
Outros acharam simplesmente que não era “nada com eles”… Habituados a não questionar absolutamente nada do que acontece, deram mais uma volta no sofá e pegaram no comando da TV. Não tivemos o apoio direto das juntas de freguesia… Ficámos muito satisfeitos com o número de assinaturas recolhido! Equivalem a muitas mais! 
JH -  A Câmara Municipal de Gouveia não deu importância ao movimento, consideram uma desonestidade para com a população ou pelas pessoas envolvidas?
GVA Apagão -  Creio que como táctica política é uma atitude muito fraquinha. Não estavam à espera, as pessoas geralmente voltam-se para o outro lado e dormem… Mas agora há cada vez mais gente com insónias. Imagino que chegar àquela Assembleia Municipal e ver uma mini-manifestação de pessoas com cartazes e velas tenha sido um choque. Mas no final levaram-nos a sério, não tenho dúvidas.
JH -  Algumas pessoas em Gouveia consideram que este movimento e petição é trabalho em vão? Concordam?
GVA Apagão - As pessoas querem-se convencer que as coisas não mudam, deixa-as mais tranquilas. Não foi trabalho em vão.
JHE algumas consideram que existe tentativa de aproveitamento político, ele existe?
GVA Apagão - Nem por sombras! Como disse foi um movimento de pessoas. Como não é habitual as pessoas ficam desconfiadas, não é? 
Juntamente com as assinaturas foi entregue uma carta, que referia “ A ‘Petição contra o apagão nocturno no concelho de Gouveia’ tratou-se de um movimento cívico desenvolvido pelos cidadãos deste concelho, sem cores políticas ou estigmas de qualquer espécie, e que aproximou as pessoas, fazendo-as reflectir sobre os problemas de Gouveia.”. Bastava ir à nossa página do Facebook para constatar isso mesmo.
JH - Consideram que existe cidadania em Gouveia?
GVA Apagão - Claro que sim. Gouveia é um concelho de pessoas inteligentes. Terá de haver cada vez mais empenho. Quando as pessoas começam a sair do seu conforto e a participar começam a ‘gostar’ e a perder o medo, é esse o caminho. 
JH -Quais as vossas ideias a contrapor a este Apagão, que soluções existem que levem à mesma poupança sem que a CM Gouveia apague as luzes?
GVA Apagão - Na carta entregue é ainda dito “Reforçamos a nossa intenção de que é importante desenvolver outras soluções de poupança de energia que não afectem tão negativamente as populações. Em outros concelhos, por exemplo, há igualmente cortes na iluminação pública, mas apenas 50% dos candeeiros são desligados, mantendo um mínimo de visibilidade e poupando na factura final. Este exemplo poderia ser seguido por Gouveia.”.
O Professor Joaquim Lourenço, que nos recebeu, disse-nos que a Câmara está a fazer um esforço juntamente com os presidentes de junta para elencar quais as zonas/postes que poderiam ser desligados para ir de encontro a esta nossa sugestão. Estamos à espera… Creio que, quase dois meses, é tempo suficiente para se fazer ‘a lista’ e se passar à acção. Espero que alguém se lembre de perguntar na próxima Assembleia Municipal como está a correr esta ‘lista’! Nós cá estaremos para ver.
O Jornal O Hermínio agradece a disponibilidade ao Movimento e em especial à Maria João Carvalho. 

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