Passaram trinta e cinco anos da "Revolução dos Cravos", o dia que despoltou a liberdade e fez acabar com a ditadura. Hoje ouvi num programa de radio que mais importante que festejar o 25 de Abril de 1974, é fundamental não deixar de evocá-la durante todo o ano, e não deixo de concordar, infelizmente só falamos da revolução por esta ocasião e depois deixamos de no quotidiano, na luta enquanto cidadãos de evocar os ideais de Abril. Sobretudo é preciso passar às novas gerações o que foi a "Revolução dos Cravos".
Portugal mudou muito nestes trinta e cinco anos de "liberdade", por mais que se diga que somos um país da cauda da Europa, que é uma realidade, hoje somos um país que apesar de tudo temos um Serviço Nacional de Saúde, temos vindo a combater o analfabetismo e fez-se muito alcatrão por esse país fora. Sobretudo hoje temos um país com acesso às tecnologias da informação, um país que deixou de ter o "pé descalço" que até bem perto do 25 de Abril de 1974 era uma realidade.
Aderimos à C.E.E em boa hora e no tempo certo, com isso permitiu desenvolver o país, mas também permitiu para esbanjar alguns bons "milhões de contos", que não sabemos muito bem onde foram aplicados ( para quem tem memória curta era Cavaco Silva primeiro-ministro), mas ainda assim permitiu que hoje tivessemos uma rede escolar acessível a todos, novas infra-estruturas e também uma valorização da cultura e da arte. No entanto hoje temos um "fosso" social cada vez mais demarcante, a chamada classe média tende a desaparecer, o desemprego cada vez mais um problema social que aflige a sociedade. Consequência da crise mas também porque nos tornámos demasiado dependentes das ajudas comunitárias e dos vizinhos ibéricos, e hoje sofremos quando os outros sofrem , mas apesar disso não tenhamos qualquer dúvida que se não fizessemos parte da União Europeia, estaríamos bem pior, é Bruxelas que nos governa e nos dirige.
Voltando à "Revolução dos Cravos" para finalizar que muito ficou por fazer, que muito jogo político se evidenciou em deterimento da sociedade, não é por acaso que hoje temos os casos do BPN e do BPP, rastos de podridão que se instalou com o pós-25 de Abril que ninguém conseguiu parar. Hoje corremos atrás do tempo, corrigindo constantes erros atrás de erros que serviram para dar a uns e tirar a outros.
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